Sintomas Iniciais
Os sintomas precoces da esquizofrenia, também conhecidos como prodrômicos , são aqueles que ocorrem meses a anos antes de um primeiro surto. Podem ocorrer comportamento hiperativo (o adolescente fica agitado), desatenção e dificuldades de memória e aprendizado, sintomas de ansiedade, desânimo, desinteresse generalizado e humor depressivo.
O início do transtorno pode ser confundido com depressão ou outros transtornos ansioso. É comum haver, pouco ou muito tempo antes do primeiro surto, dificuldade, ou mesmo, descontinuidade de atividades regulares, como escola, cursos, trabalho, esporte ou lazer.
A esquizofrenia pode ainda se manifestar sem um período prodrômico muito claro e com desencadeamento rápido dos primeiros sintomas psicóticos, os quais podem levar profissionais de saúde como psicólogos e psiquiatras a suspeitar da condição, incluem:
Sintomas psicóticos: Estes são os mais característicos e podem envolver alucinações, geralmente auditivas, como ouvir vozes; delírios, crenças falsas e irracionais, como achar que está sendo perseguido ou que tem poderes especiais, e pensamento desorganizado com dificuldade em organizar pensamentos, resultando em fala incoerente ou dificuldade em seguir uma conversa.
Sintomas negativos: Estes refletem uma diminuição ou perda da capacidade de funcionar normalmente.
Exemplos de sintomas negativos incluem a diminuição da expressão emocional (afetividade embotada), falta de motivação (avolia), redução na capacidade de experimentar prazer (anedonia), e isolamento social.
Podem incluir comportamento motor desorganizado ou anormal, como movimentos agitados, comportamento infantil, ou uma significativa diminuição na resposta ao ambiente.
As dificuldades cognitivas constam problemas com atenção, memória e funções executivas (como planejar e organizar).
Alterações no humor: Sintomas depressivos ou ansiosos que podem preceder os sintomas psicóticos.
Esses sinais iniciais, conhecidos como pródromos, podem ser sutis e não específicos, tornando o diagnóstico inicial desafiador. Os profissionais de saúde mental observam a persistência e a combinação desses sintomas, além do impacto significativo na vida diária do indivíduo, para levantar a suspeita de esquizofrenia antes de um diagnóstico formal ser feito.
Sintomas Positivos
Os sintomas positivos da esquizofrenia são aqueles que representam uma distorção ou excesso das funções normais. Esses sintomas incluem delírios, alucinações, pensamento desorganizado e comportamento motor excessivamente desorganizado ou catatônico. Eles são chamados de “positivos” porque indicam a presença de experiências ou comportamentos adicionais que não estão presentes em indivíduos saudáveis.
Esses sintomas estão relacionados diretamente ao surto psicótico. A pessoa adoecida pode criar uma realidade fantasiosa, na qual acredita plenamente a ponto de duvidar da realidade do mundo e das pessoas ao seu redor.
Outras idéias fantasiosas, como de cunho religioso, místico ou grandioso também podem ocorrer. Ideias como ser abduzido, ter a mente controlada por extraterrestres surgem na vivência de alguns.
O delírio traz consigo uma sensação de sofrimento e fragmentação da própria personalidade, como se a pessoa perdesse o chão, suas referências básicas, o controle de sua própria vida.
A pessoa pode ouvir ou ver coisas que não existem ou não estão presentes, como escutar vozes dialogando entre si ou se referindo à própria pessoa, insultando-a ou ordenando que faça algo.
No delírios persecutórios existe a crença de que se está sendo perseguido ou alvo de conspiração. Nos delírios de grandeza a pessoa pensa que tem poderes ou importância excepcional.
Existem ainda os delírios de referência, que é a crença de que gestos, comentários ou eventos ambientais têm um significado especial e pessoal.
Existem outros sintomas positivos, como acreditar que é outra pessoa ou que tem poderes paranormais, como a capacidade de ler a mente dos outros.
.
Sintomas Negativos
Esses sintomas são chamados também de deficitários, como referência à deficiência de algumas funções mentais, como a vontade e a afetividade.
A pessoa portadora tende a escolher atividades mais passivas, onde não é exigido esforço físico ou cognitivo, como assistir TV, ouvir rádio, ou mesmo passar grande parte do tempo ociosos.
As deficiências da vontade são responsáveis por grande parte das dificuldades em atividades produtivas, como trabalho e estudos, e sociais, contribuindo para maior isolamento.
Os sintomas de esquizofrenia são geralmente classificados em dois grupos: sintomas positivos e sintomas negativos. Os sintomas positivos são assim chamados porque representam uma adição ao comportamento normal, que incluem alucinações (ver ou ouvir coisas que não estão presentes), delírios (crenças falsas, frequentemente de natureza paranoica ou grandiosa), pensamentos desorganizados (dificuldade em organizar pensamentos de forma lógica), e comportamento motor excessivo ou anormal.
Os Sintomas negativos são assim chamados porque representam uma diminuição ou perda de funções normais.
Isso inclue afetividade diminuída (falta de expressão emocional), anedonia (incapacidade de sentir prazer), alogia (diminuição da fala ou do conteúdo do pensamento), avolição (falta de motivação para iniciar e sustentar atividades) e retraimento social.
A principal diferença entre os sintomas positivos e negativos é que os positivos adicionam algo à experiência do paciente que não está presente em indivíduos saudáveis, enquanto os negativos refletem a ausência ou diminuição de características ou funções que normalmente estariam presentes.
Diagnóstico de esquizofrenia:
Os sintomas negativos podem tornar o diagnóstico de esquizofrenia mais desafiador por várias razões:
Menos visíveis e menos específicos: Os sintomas negativos são muitas vezes menos evidentes e podem ser confundidos com outras condições, como depressão ou transtornos de personalidade. A falta de motivação ou de expressão emocional, por exemplo, pode ser interpretada como um traço de personalidade ou uma resposta a situações estressantes.
Subjetividade na avaliação: A avaliação de sintomas negativos pode ser mais subjetiva e depender mais do relato do paciente e da observação clínica ao longo do tempo, ao contrário dos sintomas positivos, que são mais claros e específicos (por exemplo, ouvir vozes que não existem).
Impacto funcional: Embora os sintomas negativos não sejam tão dramaticamente óbvios quanto os positivos, eles podem ter um impacto profundo na funcionalidade e qualidade de vida do paciente. A avolição e a retração social, por exemplo, podem levar a um isolamento severo e a dificuldades significativas no trabalho e nas relações sociais, o que pode ser subestimado no processo diagnóstico.
Em resumo, enquanto os sintomas positivos são mais diretamente evidentes e distintivos da esquizofrenia, os sintomas negativos podem ser mais difíceis de detectar e diagnosticar corretamente, exigindo uma avaliação clínica detalhada e cuidadosa.
Sintomas de Cognição
Em relação à memória, pode haver dificuldade para buscar lembranças passadas em momentos oportunos, como, por exemplo, quando se está conversando sobre um episódio e o paciente se esquece de mencionar fatos importantes relacionados a ele.
Existem outros prejuízos da cognição, como pensamento mais concreto, com dificuldades para abstrair e compreender figuras de linguagem, impulsividade na hora de tomar decisões, fazendo escolhas erradas, baseadas em decisões imaturas de primeiro momento, e disfunções executivas, como dificuldade de planejamento das tarefas, não conseguindo priorizar as mais simples frente às complexas.
Os sintomas da cognição também interferem na vida social e profissional, contribuindo para prejuízos em outras áreas de funcionamento da pessoa, como estudo, trabalho e relacionamentos interpessoais.
Sintomas Neurológicos
Os pacientes com início mais precoce ou formas mais graves da esquizofrenia podem apresentar sinais neurológicos, como tiques faciais, prejuízo dos movimentos mais finos , trejeitos e movimentos mais bruscos e descoordenados, aumento da frequência de piscar os olhos e desorientação direita-esquerda.
Muitos desses sinais também estão presentes em outros transtornos psiquiátricos e neurológicos, como o Transtorno de Tiques e a Síndrome de Gilles de La Tourette.
Não existem exames neurológicos, como eletroencefalograma, tomografia computadorizada ou ressonância magnética, capazes de diagnosticar a esquizofrenia. Não existe qualquer tipo de exame físico capaz de diagnosticar a esquizofrenia ou apontar sua causa.
Funcionamento Social
Na esquizofrenia, o funcionamento social pode estar prejudicado pelo conjunto de sintomas que já abordamos, como os sintomas positivos, negativos e cognitivos.
Em casos mais graves, pode haver limitações para coisas mais simples, como ir a um supermercado ou a um banco, devido a uma inadequação ou inabilidade para agir em situações sociais, com prejuízos para a autonomia da pessoa.
Comportamento
O comportamento pode ser afetado pelos sintomas já comentados, como os positivos e negativos, porém alguns padrões de comportamento são mais freqüentes e merecem um comentário à parte.
Como a esquizofrenia é um transtorno de apresentação heterogênea, incluindo quadros clínicos muito diferentes, existem pacientes com maior ou menor grau de alteração do comportamento, que também é variável de acordo com a fase da doença .
Uma minoria pode ter reações impulsivas e ataques de raiva ou fúria, geralmente nas fases agudas, como no surto, mas melhorando significativamente com o tratamento.
Isso pode variar de hábitos elementares, como relacionados à higiene, à alimentação e ao vestuário, até hábitos sociais, como rotinas de atividades, atitudes metódicas ou mecanicistas.
Vale lembrar que com o tratamento correto esses sintomas diminuem drasticamente e possibilitam ao paciente com esquizofrenia uma vida normal. assumindo compromissos e rotinas pre-definidas.